A distensão do tornozelo acontece quando os ligamentos são esticados além do limite e podem sofrer microlesões ou ruptura.
Quem pratica esportes sente isso com frequência, mas o problema também surge em passos em falso no dia a dia.
Para esclarecer todas as dúvidas, preparei este guia para mostrar como reconhecer a distensão do tornozelo, quais são os graus de lesão, como tratar e o que fazer para evitar novas torções.
O que é distensão do tornozelo
Ligamentos são faixas de tecido que estabilizam a articulação. Na distensão do tornozelo, esses tecidos são forçados a alongar, gerando dor, inchaço e, em casos mais intensos, instabilidade.
O quadro varia de um estiramento leve até a ruptura completa de um ou mais ligamentos.
Causas mais comuns
As origens mais frequentes da distensão do tornozelo incluem:
- Pisar em terreno irregular.
- Mudanças rápidas de direção.
- Aterrissagem após salto.
- Impacto em contato físico.
- Calçado com pouco suporte.
- Início de treino sem aquecimento.
- Fadiga muscular e histórico de entorses aumentam o risco.
Sintomas e sinais de gravidade
Dor ao apoiar o pé, inchaço nas primeiras horas, hematoma, rigidez e sensação de falseio são comuns.
Procure avaliação rápida se houver incapacidade total de apoiar o peso, dor intensa no maléolo, deformidade visível ou dormência persistente.
Graus de distensão
Podemos dividir a distensão do tornozelo em diferentes graus:
- Grau 1 (leve): estiramento com microlesões, dor localizada e pouco inchaço, marcha quase normal.
- Grau 2 (moderado): ruptura parcial, dor mais forte, edema evidente e dificuldade para caminhar.
- Grau 3 (grave): ruptura total, instabilidade marcada, incapacidade de suportar peso e inchaço volumoso.
Diagnóstico e exames
O ortopedista avalia o mecanismo da torção, pontos de dor e estabilidade.
A radiografia pode ser solicitada em casos com dor no maléolo e dificuldade de apoio. Ultrassom e ressonância ajudam a confirmar extensão da lesão e estruturas associadas.
Tratamento
Nas primeiras 48 horas:
- Siga o protocolo de proteção.
- Gelo.
- Compressão e elevação.
- Reduza a carga.
- Use bandagem elástica ou tornozeleira para controle do edema e conforto.
- Analgésicos podem ser indicados pelo médico.
- A distensão do tornozelo de grau 2 a 3 pode exigir imobilização curta e apoio parcial com muletas.
Após a dor inicial ceder, inicie reabilitação orientada. O foco é recuperar amplitude, fortalecer fibulares, tibial posterior, sóleo e glúteos, além de treinar equilíbrio e propriocepção.
O retorno ao esporte é gradual, com progressão de corrida, mudança de direção e saltos sem dor ou instabilidade.
Quando a cirurgia entra em cena
Rupturas completas com instabilidade persistente, falha do tratamento conservador e associação com outras lesões podem levar à indicação cirúrgica.
O objetivo é restaurar a estabilidade do tornozelo e reduzir recorrências.
Tempo de recuperação
Casos leves costumam melhorar em 1 a 3 semanas, enquanto lesões moderadas levam de 4 a 8 semanas, e rupturas graves podem exigir 3 meses ou mais.
O cronograma depende da dor, do controle do inchaço, do ganho de força e da estabilidade em testes funcionais.
Prevenção de novas torções
Veja algumas orientações que compartilho com meus pacientes:
- Fortaleça os músculos do tornozelo e da perna.
- Mantenha rotina de alongamentos.
- Inclua exercícios de equilíbrio em superfícies estáveis e instáveis.
- Ajuste a carga de treino de forma progressiva.
- Use calçado com bom suporte lateral.
- Em esportes com mudança de direção, a tornozeleira funcional pode reduzir recorrências.
FAQs
Quanto tempo a distensão do tornozelo leva para sarar?
Grau 1 pode normalizar em poucas semanas, grau 2 leva de 4 a 8 semanas e grau 3 ultrapassa 12 semanas. O ritmo depende de dor, força e estabilidade durante a reabilitação.
Posso caminhar com distensão do tornozelo?
Se a dor permitir e não houver instabilidade, caminhe curtas distâncias, mantendo compressão e elevação após a atividade. Dor forte ao apoio é sinal para reduzir carga e buscar avaliação.
Quando devo fazer exame de imagem?
Se há dor intensa no maléolo, incapacidade de apoiar o peso, deformidade ou suspeita de lesão associada, o médico pode solicitar radiografia, ultrassom ou ressonância para definir o plano de tratamento.
Tornozeleira ajuda na recuperação?
Sim, oferece compressão e sensação de estabilidade nas fases iniciais. Em atletas, modelos funcionais são úteis no retorno ao esporte, sempre combinados com fortalecimento e treino de equilíbrio.
Como evitar que a distensão do tornozelo volte?
Mantenha rotina de fortalecimento, inclua exercícios de propriocepção, ajuste o volume de treino e use calçado adequado. Refaça o plano de prevenção após qualquer torção.