O nosso pé com certeza é um dos membros mais importantes do nosso corpo, mas também é o que está mais suscetível a uma série de problemas. Em vista disso, há situações em que a cirurgia no pé é a mais indicada para tratar uma série de problemas.

Lesão, alteração degenerativa e deformidade são apenas alguns exemplos de complicações que podem atingir o membro, o que pode resultar na necessidade de fazer uma cirurgia no pé. Mas, quanto a esse assunto, ainda há algumas dúvidas.

Será que a cirurgia no pé é sempre necessária? Como é a cirurgia? E a recuperação, como é feita? São muitas as dúvidas que permeiam esse assunto, mas é vital entender melhor sobre essas questões, até mesmo para que você se sinta mais seguro em relação ao processo.

Devido a delicadeza e complicação da região do pé e tornozelo, é essencial que a cirurgia se faça com muita especialidade e cuidado.

No entanto, hoje em dia os cirurgiões possuem técnicas avançadas, o que faz com que, após a cirurgia, o paciente possa se sentir mais confortável e com menos dores.

Se você está com algum problema em seu pé, com certeza precisa entender mais sobre quais são os principais procedimentos cirúrgicos para essa área. Então, sem mais delongas, vamos ao que importa!

O que são as cirurgias de pé e tornozelo?

Em suma, todo e qualquer procedimento médico que requer algum tipo de intervenção manual ou instrumental na região, pode ser considerado uma cirurgia.

No entanto, ao falar de cirurgia no pé, deve-se considerar que esse membro é constituído por várias estruturas, como os nossos do tornozelo, sendo eles:

  • Tíbia distal;
  • Tálus;
  • Fíbula distal.

Fora isso, eles também são divididos entre: antepé, mediopé e retropé. Sendo assim, no caso de haver alguma intervenção nos nervos, tendões, ossos, articulações ou músculos, fala-se da cirurgia.

Mas, ao falar sobre alguma fratura que acontece no pé ou tornozelo, é preciso detectar se essas fraturas são completas ou incompletas, desviadas ou não.

Além disso, deve-se avaliar se elas são desviadas ou não, ou mesmo se envolvem as articulações ou se elas são extra-articulares.

No caso das fraturas articulares, faz-se necessário obter uma redução anatômica. Já para as fraturas extra-articulares, é preciso restabelecer o alinhamento ósseo.

E, como já mencionado, a estrutura óssea da região envolve uma série de estruturas, uma vez que o pé é composto por 26 ossos, subdivido em 3 partes principais, que são:

Retropé

Em relação ao retropé, ele é composto pelos seguintes ossos:

  • Tálus;
  • Calcâneo.

Os dois têm a função de suportar todo o peso do corpo que é transmitido para os membros inferiores.

Mediopé

Sobre o médiopé, os ossos que compõem essa região, são:

  • Navicular;
  • Cubóide;
  • 1°, 2° e 3° cuneiformes;
  • Região proximal do 1°, 2°, 3°, 4° e 5° metatarsos.

Antepé

Já em relação ao antepé, a sua composição se dá pelos seguintes ossos:

  • Porção distal dos metatarsos;
  • Falanges.

Mas, a fim de poder diagnosticar essas fraturas, é vital fazer uma anamnese correta, junto a um exame clínico minuciosos.

É isso que vai orientar o profissional a obter um diagnóstico correto e, portanto, ele pode se utilizar de exames complementares para elucidar.

Entre os exames, ele pode usar o raio-x, tomografia axial computadorizada ou mesmo a ressonância nuclear magnética.

Quais enfermidades acometem pé e tornozelo?

Será que toda doença que afeta essa região, requer a cirurgia no pé? Na verdade, quanto a esse fator, saiba que varia de acordo com uma série de situações.

Mesmo porque cada enfermidade tem um nível de gravidade diferente e, portanto, não é sempre que a cirurgia no pé se faz necessária.

No entanto, em relação às principais enfermidades que podem precisar de cirurgia, podemos citar as seguintes:

  • Fascite plantar;
  • Pé plano;
  • Hálux valgo (joanete);
  • Deformidades nos dedos;
  • Deformidades congênitas;
  • Neuroma de Morton;
  • Pé diabético;
  • Gota;
  • Instabilidade ligamentar;
  • Osteocondrose e osteocondrites;
  • Artrose;
  • Doença de Freiberg etc.

Contudo, além de todas essas enfermidades, saiba que lesões, fraturas e traumatismos podem acometer a região, o que também pode fazer necessário a cirurgia no pé.

Cirurgias no pé

Em relação às cirurgias no pé, saiba que as mais comuns têm o intuito de tratar problemas mais específicos, sendo eles:

  • Joanete;
  • Navicular acessório;
  • Osteocondrite;
  • Osteocondrose etc.

No entanto, antes de realizar esse tipo de intervenção, deve-se fazer um plano pré-cirúrgico, a fim de eliminar possíveis erros.

Mesmo porque, na grande maioria das vezes, é possível tratar a condição do pé apenas com algumas alterações no estilo de vida do paciente. Ou seja, isso quer dizer que a intervenção é mais adequada para casos mais graves.

Ademais, é essencial salientar que há mais de um tipo de cirurgia no pé, sendo elas:

  • Suturas e Plastia de Tendões;
  • Reconstrução ligamentar;
  • Artrodeses;
  • Osteotomia;
  • Artroscopias;
  • Condroplastia;
  • Redução e Fixação de Fraturas.

Técnicas atuais para cirurgia no pé

A verdade é que avanço tecnológico trouxe uma série de benefícios para todas as áreas, inclusive no que se refere a cirurgia no pé e tornozelo.

Dizemos isso porque, hoje em dia, é possível se utilizar de algumas técnicas e materiais especiais, bem como uma série de aparelhos de precisão.

Ou seja, é possível tratar um determinado problema de diferentes formas, de acordo com a particularidade de cada caso.

Há alguns anos, as técnicas utilizadas faziam com que os pacientes tivessem que passar por um longo tempo de recuperação, além de uma dor intensa e um desconforto de não poder andar nos primeiros dias depois da cirurgia.

No entanto, saiba que não é mais assim, haja vista o avanço dos procedimentos cirúrgicos, inclusive de pé.

Mesmo porque, hoje em dia, problemas como joanetes, calosidades dolorosas e até algumas fraturas que são tratadas com cirurgia, permitem o apoio do pé logo depois do procedimento. E isso só acontece devido a utilização de aparelhos e materiais especiais durante a cirurgia.

Hoje em dia, a grande parte dos procedimentos devem ser feitos com anestesia local, o que diminui o risco de alguma complicação.

Ou seja, acaba por permitir que o paciente consiga se recuperar na sua própria casa. E, utilizando-se de técnicas da fisioterapia, a recuperação acontece ainda mais rapidamente.

Orientações para cirurgia do pé e tornozelo

Se você vai passar pela cirurgia no pé, é importante que receba algumas orientações, que com certeza o seu médico irá lhe indicar. Mas, dentre elas, podemos citar as seguintes:

Anestesia

A grande parte das cirurgias do antepé permite a realização sob bloqueios anestésicos. Apenas alguns casos requer a anestesia espinhal.

No entanto, é possível realizar pequenos procedimentos sob anestesia local. Mas essa é uma decisão que deve ser feita entre o paciente e o anestesista.

Seguimento pós-operatório

É normal sentir dor depois da cirurgia no pé, mas é bem fácil controlar. As medidas são simples, mais vitais, sendo elas:

  • Manter o pé elevado;
  • Evitar algum trauma na região;
  • Usar gelo;
  • Mobilização dos pés.

Mas tome cuidado ao usar o gelo, pois é preciso evitar de colocar na cicatriz. Na grande maioria dos casos, por mais que sejam coisas simples, resultam em uma rápida melhora, além do controle efetivo da dor.

Banho

Durante o tempo em que a ferida ainda está em processo de cicatrização e com pontos, é preciso proteger de toda a umidade.

Sendo assim, é preciso proteger durante o banho, com uma capa protetora. Agora, se a ferida já está seca e sem pontos, é possível molhar.

Depois do banho é preciso secar o pé com uma toalha limpa para, depois, deixar por algum tempo exposto ao ar, para secar os espaços entre os dedos.

Bomba de pé (vácuo)

Trata-se de um sistema cujo intuito é o de auxiliar no controle do inchaço do pé. A princípio, corresponde a uma drenagem automatizada, cujo controle é feito por um programa computadorizado.

Meia de compressão

Essa meia é essencial para reduzir o edema, profilaxia da trombose e ainda assegurar a posição depois da correção de hálux valgo.

No entanto, é preciso ajustar de acordo com a circunferência e o comprimento do segmento e também da insuficiência venosa.

Sistema de compressão

Depois da cirurgia do hálux, permite-se a imobilização, o que diminui o edema e agiliza o processo de cicatrização.

Uso de sapatos no pós-operatório

É preciso usar os sapatos que o médico indica por 24 horas por dia, uma vez que eles ajudam no processo pós-operatório.

Em relação ao tempo necessário do uso dessas botas, varia de acordo com cada caso, mas geralmente é de seis semanas. Depois desse tempo, o médico pode liberar o uso de sapatos normais.

Fisioterapia

A fisioterapia é um processo vital para uma boa recuperação do paciente, haja vista que serve para fortalecer.

No entanto, esse processo deve acontecer após a segunda semana, de forma ativa (feita pelo paciente), passando, de forma progressiva, para a passiva (alguém faz o movimento para o paciente).

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Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).