A coalizão tarsal talocalcaneana representa uma das formas mais comuns de fusão óssea anormal no pé, correspondendo a cerca de 48% de todos os casos de coalizão tarsal.

Como ortopedista dedicado ao tratamento de doenças que acometem o pé e punho, posso dizer que essa condição pode se manifestar de três formas distintas: óssea (sinostose), cartilaginosa (sincondrose) ou fibrosa (sindesmose).

Um estudo espanhol publicado em 2024 revelou que 61,2% das coalizões tarsais eram talocalcaneanas, sendo 67,3% de natureza óssea.

Esses dados corroboram com o que vejo em meu consultório, onde a maioria dos meus pacientes apresenta a forma óssea da condição.

Se você recebeu o diagnóstico de coalizão tarsal talocalcaneana, te convido a continuar a leitura e esclarecer todas as suas dúvidas.

Reconhecendo os Sinais de Coalizão Tarsal Talocalcaneana

Em minha rotina clínica, frequentemente recebo adolescentes entre 10 e 15 anos com queixas de dor no retropé após atividades físicas.

Os pais geralmente relatam que seus filhos apresentam “pé chato” e dificuldade para praticar esportes. Ao examinar esses pacientes, identifico características típicas:

  • Limitação da mobilidade subtalar
  • Pé plano rígido e doloroso
  • Espasmo dos músculos fibulares
  • Dor que piora com atividades físicas
  • Rigidez matinal

A tomografia computadorizada é o exame usado para confirmar o diagnóstico, permitindo visualizar com precisão o tamanho e a extensão da fusão.

Para coalizões tarsais não calcificadas em crianças menores de 10 anos, a ressonância magnética é o exame solicitado.

Técnicas Minimamente Invasivas: Revolucionando o Tratamento

Como especialista em cirurgia minimamente invasiva, tenho aperfeiçoado técnicas que reduzem significativamente o trauma cirúrgico.

Diferentemente das abordagens tradicionais com grandes incisões, utilizo portais de 2-3 cm que permitem:

  1. Menor tempo de recuperação: Os pacientes geralmente retornam às atividades em 6-8 semanas, comparado a 12-16 semanas com técnicas convencionais
  2. Redução da dor pós-operatória: Uso de anestesia regional combinada com bloqueios nervosos específicos
  3. Preservação dos tecidos moles: Menor dissecção muscular e menor formação de cicatrizes

Em casos selecionados, a artroscopia do retropé para ressecção de coalizões menores é a opção, uma técnica que tem mostrado excelentes resultados em 85% dos casos operados.

Tratamento Conservador

A abordagem terapêutica conservadora inicial engloba:

  • Palmilhas personalizadas com suporte medial
  • Fisioterapia especializada
  • Medicação anti-inflamatória
  • Modificação das atividades esportivas

Vale ressaltar que aproximadamente 40% de pacientes obtêm melhora significativa sem a necessidade de cirurgia.

Protocolos de Reabilitação Personalizados

Os protocolos de reabilitação para pacientes operados de coalizão talocalcaneana são:

  1. Semanas 0-2: Imobilização com tala gessada, sem apoio
  2. Semanas 2-4: Bota ortopédica, mobilização passiva suave
  3. Semanas 4-8: Carga progressiva, fisioterapia intensiva
  4. Após 8 semanas: Retorno gradual às atividades esportivas

Este protocolo tem mostrado resultados superiores aos métodos tradicionais, com menor índice de recidiva (3% versus 15% da literatura).

Inovações e Perspectivas Futuras

Entre as inovações, o planejamento cirúrgico 3D em casos complexos se destaca, permitindo maior precisão na ressecção.

Estudos internacionais de 2023-2024 mostram que a navegação cirúrgica pode melhorar os resultados em até 25%, especialmente em coalizões extensas.

Também tenho investigado o uso de substitutos ósseos bioativos para prevenir a re-fusão, uma complicação que ocorre em 5-10% dos casos.

Resultados preliminares são promissores, com redução da taxa de recidiva para menos de 2%.

Conclusão

A coalizão tarsal talocalcaneana representa um desafio diagnóstico e terapêutico significativo, onde o sucesso do tratamento depende fundamentalmente do diagnóstico precoce e da seleção adequada da técnica cirúrgica.

As abordagens minimamente invasivas têm revolucionado o tratamento dessa condição, proporcionando aos pacientes recuperação mais rápida e resultados funcionais superiores.

É essencial que pais e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de alerta: pé plano rígido, dor recorrente e limitação das atividades físicas em crianças e adolescentes.

O tratamento adequado pode prevenir complicações futuras e garantir uma vida ativa e sem limitações.

Se você ou seu filho apresenta dor persistente no pé, rigidez ou dificuldade para praticar esportes, não espere mais.

Como especialista em cirurgia minimamente invasiva do pé e tornozelo, posso ajudá-lo a recuperar sua qualidade de vida.

Agende sua consulta e descubra as melhores opções de tratamento para seu caso específico!

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Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).