A dúvida “neuroma de Morton é fascite plantar?” é muito comum entre meus pacientes no consultório de ortopedia.

Apesar de ambas as condições causarem dor nos pés e impactarem a qualidade de vida, elas são doenças distintas, com causas, sintomas e tratamentos próprios.

Neste artigo, vou explicar, com base em minha experiência clínica e em pesquisas nacionais e internacionais, como diferenciar essas patologias e quais são os tratamentos mais eficazes.

O que é fascite plantar?

A fascite plantar é uma inflamação da fáscia plantar, um tecido fibroso que recobre a sola do pé, ligando o calcanhar aos dedos.

Essa condição é uma das causas mais frequentes de dor no calcanhar, especialmente ao dar os primeiros passos pela manhã ou após longos períodos em pé.

Na minha prática, observo que a fascite plantar acomete principalmente pessoas que praticam atividades de impacto, têm sobrepeso ou apresentam alterações na pisada.

Os sintomas mais comuns incluem dor aguda no calcanhar, sensação de pontada e, em casos crônicos, limitação para caminhar.

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico detalhado e, quando necessário, exames de imagem como ultrassonografia ou ressonância magnética, que ajudam a identificar a inflamação e possíveis rupturas na fáscia.

Neuroma de Morton: o que é e como se manifesta

O neuroma de Morton, por sua vez, é uma lesão do nervo interdigital, geralmente entre o terceiro e quarto dedos do pé.

Trata-se de um espessamento do tecido ao redor do nervo, causado por compressão ou irritação crônica.

Diferente da fascite plantar, o neuroma de Morton provoca dor em queimação, formigamento e sensação de “pedrinha” entre os dedos, sintomas que pioram ao usar sapatos apertados ou de salto alto.

As mulheres são mais afetadas, principalmente devido ao uso frequente de calçados inadequados.

O diagnóstico é feito por exame clínico e pode ser confirmado por ultrassonografia ou ressonância magnética, que evidenciam o espessamento do nervo.

Neuroma de Morton é fascite plantar?

Apesar de ambos causarem dor nos pés, o neuroma de Morton não é fascite plantar. São doenças diferentes, com mecanismos distintos.

A fascite plantar está relacionada à inflamação da fáscia, enquanto o neuroma de Morton envolve o nervo interdigital.

No entanto, é possível que um paciente apresente sintomas semelhantes, como dor ao caminhar, o que pode gerar confusão no diagnóstico inicial.

Em minha rotina, já atendi pacientes que chegaram ao consultório acreditando ter fascite plantar, mas após avaliação detalhada, o diagnóstico correto foi neuroma de Morton.

Por isso, a avaliação de um ortopedista especialista é fundamental para definir o tratamento adequado.

Tratamentos: conservador e cirúrgico

O tratamento da fascite plantar é, na maioria dos casos, conservador. Recomendo repouso, aplicação de gelo, uso de anti-inflamatórios e fisioterapia, com foco em alongamento da fáscia e fortalecimento da musculatura do pé.

Órteses e palmilhas personalizadas também podem ser indicadas para corrigir a pisada e aliviar a pressão sobre a fáscia. Em casos mais graves, quando não há melhora após meses de tratamento, a cirurgia pode ser considerada, mas é rara.

Já o tratamento do neuroma de Morton pode incluir mudanças no tipo de calçado, fisioterapia, infiltrações de corticoide e, em casos persistentes, cirurgia para remoção do neuroma.

A escolha do tratamento depende da intensidade dos sintomas e da resposta às medidas iniciais.

Estudos e dados sobre fascite plantar e neuroma de Morton

Estudos brasileiros mostram que a fascite plantar é responsável por até 15% das consultas ortopédicas relacionadas a dor no pé, sendo mais prevalente em adultos entre 40 e 60 anos.

Pesquisas internacionais, como as publicadas no Journal of Foot and Ankle Research, reforçam que o tratamento conservador é eficaz em mais de 90% dos casos.

No caso do neuroma de Morton, estudos apontam que a prevalência é maior em mulheres, sobretudo entre 45 e 60 anos.

A literatura internacional destaca que a cirurgia apresenta altos índices de sucesso, com melhora significativa dos sintomas em mais de 80% dos pacientes.

Conclusão

Com base em minha experiência como cirurgião ortopedista, posso afirmar que neuroma de Morton não é fascite plantar, embora ambas as condições possam causar dor nos pés e impactar a rotina dos pacientes.

O diagnóstico correto é essencial para o sucesso do tratamento e para evitar procedimentos desnecessários.

Se você sente dor persistente nos pés, procure um especialista para avaliação detalhada e individualizada.

Você sente dor nos pés e tem dúvidas sobre Neuroma de Morton ou fascite plantar? Agende uma consulta comigo e juntos vamos encontrar o melhor tratamento para o seu caso!

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Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).