Como cirurgião ortopedista especializado em patologias do pé, posso afirmar com segurança que neuroma de Morton é grave e representa uma das principais causas de dor incapacitante no antepé que atendo em meu consultório.
Esta condição, que afeta milhares de brasileiros anualmente, merece atenção especial tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.
O neuroma de Morton, tecnicamente conhecido como neuroma interdigital, é uma condição que envolve o espessamento do tecido ao redor dos nervos que levam aos dedos dos pés.
Em minha experiência clínica, observo que esta patologia afeta predominantemente mulheres entre 40 e 60 anos, representando cerca de 80% dos casos que atendo.
Como muitos dos meus pacientes ficam preocupados quando recebem o diagnóstico de neuroma de Morton, preparei esse material para explicar essa condição ortopédica em detalhes!
Por que o Neuroma de Morton é grave e preocupante?
Durante anos de prática médica, tenho observado que muitos pacientes subestimam a gravidade desta condição.
Neuroma de Morton é grave porque pode evoluir para dor crônica incapacitante, limitando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Estudos brasileiros realizados pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) indicam que aproximadamente 3% da população desenvolve algum tipo de neuroma plantar ao longo da vida.
Meus pacientes frequentemente relatam sintomas característicos como sensação de queimação, formigamento e dor aguda na região do antepé, principalmente entre o terceiro e quarto dedos.
A dor pode irradiar para os dedos e, em casos mais avançados, tornar-se constante mesmo em repouso.
Pesquisas internacionais, particularmente um estudo publicado no Journal of Foot and Ankle Surgery em 2023, demonstram que pacientes não tratados adequadamente podem desenvolver alterações na marcha, sobrecarregando outras estruturas do pé e causando problemas secundários como fascite plantar e artrose.
Diagnóstico preciso: A chave para o tratamento eficaz
Em minha prática clínica, utilizo uma combinação de exame físico detalhado e exames de imagem para confirmar o diagnóstico.
O teste de Mulder apresenta alta sensibilidade para detectar a presença do neuroma. Quando pressiono os metatarsos e comprimo o espaço interdigital, o paciente sente uma dor característica e geralmente ouço um “click” palpável.
A ultrassonografia tem se mostrado extremamente útil, apresentando precisão diagnóstica superior a 90%.
Já a ressonância magnética, embora mais custosa, oferece detalhes anatômicos importantes para o planejamento cirúrgico em casos complexos.
Estudos realizados no Hospital das Clínicas de São Paulo demonstram que o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de sucesso do tratamento conservador, evitando a necessidade de intervenção cirúrgica em até 70% dos casos.
Tratamento conservador: Primeira linha de abordagem
Sempre inicio o tratamento dos meus pacientes com medidas conservadoras.
A modificação do calçado representa um dos pilares fundamentais, como o uso de sapatos com bico largo, salto baixo e palmilhas personalizadas. Esta simples mudança proporciona alívio significativo em aproximadamente 60% dos casos iniciais.
As infiltrações com corticosteroides também fazem parte do arsenal terapêutico, particularmente em casos de dor moderada a intensa.
Dados de estudos multicêntricos brasileiros indicam taxa de sucesso de 75% com infiltrações guiadas por ultrassom, técnica que domino e utilizo regularmente.
A fisioterapia especializada, incluindo exercícios de fortalecimento da musculatura intrínseca do pé e técnicas de mobilização, complementa o tratamento conservador com resultados promissores.
Quando a cirurgia se torna necessária
Apesar dos esforços com tratamento conservador, alguns pacientes necessitam intervenção cirúrgica, onde cerca de 25% dos casos de neuroma de Morton evoluem para cirurgia quando não respondem adequadamente ao tratamento clínico após 6 meses.
A neurectomia é um procedimento que envolve a remoção do segmento nervoso espessado. Estudos nacionais indicam taxa de sucesso superior a 85% com esta técnica, onde a maioria dos pacientes retorna às atividades normais entre 4 a 6 semanas.
Prevenção
Baseado em pesquisas internacionais e minha experiência clínica, algumas medidas preventivas são fundamentais:
- Evitar calçados inadequados (saltos altos e bico estreito).
- Manter peso corporal ideal.
- Praticar exercícios de fortalecimento dos pés.
- Realizar alongamentos específicos.
Dados epidemiológicos europeus mostram que a incidência de neuroma de Morton é significativamente menor em populações que tradicionalmente utilizam calçados mais apropriados, reforçando a importância da prevenção.
Conclusão
Neuroma de Morton é grave e requer atenção médica especializada para evitar complicações e cronificação da dor.
Como especialista na área, enfatizo que o diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para preservar a qualidade de vida dos pacientes.
Minha experiência de anos tratando esta condição me permite afirmar que, com abordagem multidisciplinar e seguimento rigoroso, a grande maioria dos pacientes obtém resultados satisfatórios e retorna às atividades normais
Não deixe a dor no pé limitar sua vida! Se você apresenta sintomas compatíveis com neuroma de Morton, agende uma consulta especializada.
Com diagnóstico preciso e tratamento adequado, é possível recuperar sua qualidade de vida e voltar às suas atividades sem dor. Entre em contato e cuide da saúde dos seus pés!