Você já ouviu falar da cirurgia de tornozelo com placa e pino? Ainda que a princípio possa assustar um pouco, saiba que se trata de um procedimento muito seguro.

À medida que o tempo passa, cada vez mais a medicina vem avançando, trazendo novos métodos que se mostram muito eficazes, e a cirurgia de tornozelo com placa e pino é um grande exemplo disso.

No entanto, é um tanto quanto normal que algumas pessoas tenham algumas dúvidas sobre a cirurgia de tornozelo com placa e pino.

Contudo, a fim de fazer com que você se sinta mais seguro, no artigo de hoje iremos falar sobre todos os detalhes que devem ser de seu entendimento.

Ademais, é muito comum acontecer problemas em seu tornozelo, haja vista que é uma articulação um tanto quanto vulnerável.

Então, seja por conta de um trauma ou pós-treino, pode haver uma lesão, o qual pode necessitar de uma cirurgia de tornozelo com placa e pino.

Nesse artigo, iremos falar tudo o que você precisa saber sobre esse cirurgia de tornozelo com placa e pino. Então, sem mais delongas, vamos ao que importa!

Qual a função do tornozelo?

Em suma, o tornozelo é uma articulação cujo funcionamento é bem parecido com a de uma dobradiça, só que muito mais complexo.

Ademais, o seu principal movimento é a flexão, que nada mais é que quando o pé se move para baixo, e a dorsiflexão, quando o pé se volta para cima.

Além disso, o tornozelo tem uma série de complexos ligamentares, além de ossos, os quais reforçam e dão estabilidade.

Dessa forma, faz com que o movimento de “dobradiça”, possa acontecer. Mas é o pilão tibial o grande responsável pelo suporte do peso e do corpo pelo tornozelo.

E, além de ajudar todo o suporte do peso corpóreo, o tornozelo também é vital para a locomoção, seja para uma simples caminhada ou até um salto ao praticar esportes.

Como ocorre uma fratura no tornozelo?

Antes de falarmos sobre a cirurgia de tornozelo com placa e pino, é importante que você entenda outras questões que se relacionem com o assunto, como é esse caso.

Em suma, entorse é muito comum, e é conhecida por muitos como torsão. É aquele momento onde o pé gira em falso.

E isso pode acontecer em algum momento com um desequilíbrio, ou ao pisar em um buraco. Mas, na grande maioria das vezes, o mecanismo torcional acaba por receber esse impacto, e ele fratura.

Essa fratura pode acontecer em um dos maléolos, sendo composto por tíbia e fíbula. No entanto, em caso de quedas, pode acontecer a chamada compressão Axial.

Contudo, também pode acontecer de uma queda de altura e, nesse caso, ocorre a fratura do pilão tibial.

Quem tem risco de desenvolver fratura no tornozelo?

A fratura do pilão é muito comum de acontecer em homens na idade de 35 a 40 anos. E ocorrem, na maioria das vezes, por acidentes no trabalho, ou queda de altura, por exemplo.

Mas, no que se refere à fratura dos maléolos, ela tende a acontecer em mulheres com uma idade já mais avançada.

Entretanto, o aumento de peso também é algo comum que ocasiona fratura em tornozelo em alguns casos específicos.

Quais são os sintomas de uma fratura no tornozelo?

Depois de uma queda, uma pisada em falso ou algo parecido, pode surgir um inchaço seguido de dor, ou alguma deformidade na aparência do tornozelo.

Por consequência, a pessoa passa a não ter mais a capacidade de apoiar o seu peso e se manter equilibrada.

No entanto, também pode ocorrer a presença de alguma bolha exposta. E em casos graves de acidente uma fratura exposta.

Neste caso, muitos cuidados deverão ser tomados, e o acionamento de um resgate médico deve ser feito de forma imediata.

Como é feito o diagnóstico de um problema no tornozelo?

Antes de partir para a cirurgia de tornozelo com placa e pino, o médico precisa fazer um diagnóstico, a fim de ter a certeza do problema. Mas como é feito isso?

Na maioria das vezes, o paciente é encaminhado para um hospital ou clínica especializada, a fim de que seja possível fazer alguns exames.

Após verificações, pode ser feito exames de imagem para auxiliar no diagnóstico do problema. Em seguida, deve-se fazer todo um planejamento de cuidados terapêuticos.

O raio-X, por exemplo, é um dos exames mais utilizados para constatar um diagnóstico, o qual é bem eficiente naquilo em que se propõe.

Mas, a depender do caso, pode-se fazer uso de tomografia. Mesmo porque ela pode ajudar na avaliação de forma profunda da fratura, e em especial no pilão tibial.

Há fraturas mais graves do que outras?

Será que toda fratura exige a cirurgia de tornozelo com placa e pino, ou isso vai depender de acordo com a gravidade da lesão?

A verdade é que uma fratura que tenha acontecido no tornozelo é sim já de alguma gravidade, mas o que pode ocorrer é a classificação da gravidade de uma fratura no tornozelo. E as principais são:

Padrão de Fratura: tende a ocorrer no mecanismo de pilão tibial, e é um dos casos mais graves;

Edema: deve-se verificar se na luxação há presença de edemas;

Lesões Associadas: a qual pode ser nervosa ou vascular;

Fratura Exposta: como o próprio nome já diz, é exposta, podendo ser ossos, ligamentos, pele, músculos e tendões expostos depois de um acontecimento.

A resposta é sim, há fraturas mais graves que outras, mas, não são iguais.

Como se classifica uma fratura?

Ainda que de uma pessoa para outra a fratura possa ser classificada de forma diferente, a depender do acontecimento, elas possuem um padrão.

Esse padrão acabou por ser observado e classificado. E os médicos durante os exames planejam tratamentos de acordo com essa classificação.

Os médicos usam alguns padrões de classificação. Eles podem ser classificados pelo “traço” ou de acordo com a energia/mecanismo do trauma. Eles procuram diferenciar a fratura no pilão, maléolos ou em ambos, por exemplo.

Se ela ocorrer nos maléolos, eles procuram diferenciar onde ocorreu a fratura. Se a fratura ocorreu na parte do tornozelo do maléolo lateral, eles classificam-se entre graus de 1 a 3 ou Pequena, Média ou Grande tipo de fratura.

Eles também procuram avaliar se não ocorreu mais algum comprometimento no complexo de ligamentos. Os principais são os seguintes:

  • Mediais (Deltoide);
  • Lateral (Talo Fibular ou Fíbulo Calcâneo);
  • Sindesmose.

Como é feito o tratamento no tornozelo?

Uma coisa que você precisa saber é que a cirurgia de tornozelo com placa e pino nem sempre é a única alternativa.

Hoje em dia, há dois tipos de formas de tratamentos no tornozelo e são eles: cirúrgico (para casos muito graves) ou o conservador (pré-cirúrgico). O tipo de tratamento escolhido irá depender da gravidade do problema.

Mas, primeiro, deve-se tentar fazer o tratamento conservador. E caso ele não tenha sucesso, faz-se necessário em último caso a cirurgia de tornozelo com placa e pino.

No entanto, a depender do acontecimento da lesão no tornozelo, pode-se diretamente encaminhar o caso para cirurgia.

Como é feito o tratamento conservador?

Normalmente ele é acionado e indicado para casos onde as fraturas causaram poucos desvios. 

Podendo ser eles menores do que 2mm ou de baixa energia, estáveis, fechadas ou isoladas não tendo a presença de lesões associadas.

O tratamento conservador ajuda em grande parte dos casos, mas somente quando o paciente contribui com o tratamento. 

O uso de imobilização de gesso pode ser feito, dependendo do tipo de fratura que ocorreu.

A restrição de locomoção e carregamento de peso irá depender muito da gravidade da lesão no tornozelo. 

Contudo, entre 1 mês e 2 meses há restrições dependendo do caso. Mas, já há casos que podem passar deste tempo, e a recuperação poderá demorar mais.

Cirurgia de tornozelo com placa e pino

Uma coisa muito comum no passado e ainda nos dias de hoje, é ver alguém que sofreu um trauma na perna precisar de cirurgia. 

A depender do tratamento cirúrgico, é inserido placas e pinos. Os ortopedistas chamam este material usado em uma cirurgia no tornozelo de osteossíntese.

Esta intervenção cirúrgica é feita em todos os ossos que foram fraturados, e a finalidade é fazer com que eles se unam novamente às bordas. Normalmente são inseridos nas extremidades na tentativa de corrigir a fratura.

Pode ser usado neste processo: Pinos, Hastes, Placas e Parafusos.

Outro local que também recebe este tipo de técnica é em acontecimentos ligados a fraturas no punho. 

Eles podem ser inseridos para alinhar ou estabilizar os ossos no lugar. O uso deste tipo de aparelhagem é mais usado nas articulações.

Porém, todo o material que será utilizado por uma equipe médica para implementar a osteossíntese irá depender de alguns fatores como por exemplo:

  • Idade;
  • Grau de atividade do Paciente;
  • Padrão da Fratura;
  • Qualidade Óssea.

O que é osteossíntese?

A osteossíntese é uma técnica utilizada para restituir a mobilidade de um membro acometido por uma lesão. 

Depois da cirurgia de tornozelo com placa e pino, muitas pessoas reclamam que não usam mais o membro como antes. Mas, a finalidade é restaurar o membro para sua melhor movimentação possível.

Vale lembrar que a maioria das fraturas somente colam, com o uso de gessos no tratamento em conjunto. 

O tempo de imobilização do paciente poderá ser longo em casos onde há muita rigidez nas articulações.

A ideia por trás da osteossíntese é um “engessamento interno”. Onde toda a aparelhagem irá ajudar na colagem do osso, e fazer com que ele permaneça. 

Ajudando assim haver movimentações sem causar grandes forças de peso sobre elas.

O uso destes dispositivos, como parafusos, placas, hastes intramedulares, irá depender de alguns fatores. Até o conhecimento médico poderá influenciar no uso dos dispositivos. Existem riscos que podem ser causados em decorrência do uso desta aparelhagem, ainda que pequeno. E são eles:

  • Sangramentos;
  • Infecções;
  • E outras complicações cirúrgicas.

Há muitos relatos também do feedback de pacientes relacionado à dor posterior à cirurgia. Alguns relatam incômodos principalmente em dias frios. 

Dificilmente o organismo rejeita os objetos usados. Essa irritação pode ocorrer em alguma parte dos tendões e músculos.

Existe também uma pequena parcela de pacientes que não relatam ter nenhum incômodo no uso de materiais provenientes de osteossíntese. Estes, normalmente, optam por nunca tirar o material depois da recuperação.

Esses materiais podem se soltar?

Sim, em uma pequena parcela de pessoas isso pode acontecer. E tende a acontecer com pessoas idosas. Isso é mais comum do que se imagina. 

Devido a qualidade óssea desses pacientes, e da dificuldade da cirurgia.

Sendo assim, é fundamental que haja um acompanhamento depois da operação. Siga todas as orientações passadas pelo seu médico, em especial no momento da recuperação. Procure ajuda de um fisioterapeuta ou clínica de fisioterapia para te ajudar no processo.

Como é o pós-cirúrgico e a recuperação?

A recuperação irá depender de caso a caso. Sendo assim, ela é individual, e não se pode estipular um tempo. 

Há casos de pessoas que retiram em duas semanas, e pessoas que retiram em 2 anos. Isso é muito relativo.

Se ocorrer no tornozelo, normalmente é indicado o uso de uma bota imobilizadora, por até 2 meses, mantendo-a imóvel e sem forçar peso. 

Caso nos exames de raio-X se constate uma reabilitação óssea, o paciente é encaminhado para um acompanhamento com ortopedista e fisioterapia.

Recomenda-se que, depois da cirurgia, o paciente evite fazer esforço naquela área por até 4 meses.

Quais são as possíveis complicações da cirurgia no tornozelo?

Existem sim alguns riscos de uma cirurgia no tornozelo. E as principais são as seguintes:

  • Infecções;
  • Síndrome Compartimental;
  • Pseudartrose “Osso Que Não Cola”;
  • Osteoartrite “Artrose”;
  • Deformidade Residual;
  • Hematomas;
  • Necrose;
  • Lesões Neurovascular;
  • Consolidação Viciosa “Osso Cola de Maneira Errada”;
  • Trombose;
  • Embolia;

Essas são as principais.

Em quanto tempo poderei andar depois da cirurgia de tornozelo com placa e pino?

Infelizmente não existe uma resposta exata para isso. A recuperação cirúrgica no tornozelo irá depender muito do grau e do tipo da fratura. 

Outro fator que influencia é a modalidade cirúrgica, se o paciente é idoso ou se tem outros agravantes.

As crianças são as que mais tem uma recuperação rápida, pois elas tendem a ter um sistema que rapidamente responde. 

Há delas que tem uma recuperação de 02 meses. Já em casos de idosos, poderá demorar de 1 a 2 anos para uma recuperação total.

No caso de ocorrência de fraturas cominutivas, onde os ossos se fragmentam em muitas partes ou em fraturas expostas, a recuperação total poderá levar alguns anos. 

Foi feito um estudo onde foi indicado que a média de recuperação é de 24 semanas a 48 semanas.

Não existe um padrão de tempo, mas quanto mais o paciente contribuir com o processo, mais rápida será a recuperação dele. 

Ou seja, dependendo da contribuição do paciente, ele poderá sim acelerar sua recuperação e voltar a andar.

Dicas para uma boa recuperação cirúrgica

Existem pequenas dicas que se implementadas no seu tratamento poderão ajudar a acelerar a recuperação. 

Se o paciente deseja voltar a andar rapidamente depois de uma cirurgia no tornozelo, deverá seguir os seguintes cuidados:

  • Procure usar o gesso pelo tempo recomendado pelo médico;
  • Procure não por peso ou esforçar o tornozelo;
  • Procure ingerir Vitamina D com K2 MK7 e cálcio. E alimentos que contenham muito cálcio;
  • Faça suplementação de Vitamina C e coma alimentos ricos nesta vitamina;
  • Procure consumir e ter uma alimentação anti-inflamatória;
  • Evite açúcares e bebidas alcoólicas.

Se você seguir estes passos, terá uma boa recuperação, e poderá acelerá-la.

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Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).