Entorse de tornozelo grau 2: causas, sintomas e tratamento. Saiba como identificar e tratar corretamente!

Como ortopedista especializado em pé e tornozelo, com mais de 16 anos de experiência no tratamento de lesões articulares, posso afirmar que a entorse de tornozelo grau 2 é uma lesão que requer atenção especial e tratamento adequado.

Mas como é um tipo de lesão que muitos desconhecem, neste artigo, vou compartilhar informações essenciais sobre causas, diagnóstico e abordagens terapêuticas baseadas nas mais recentes evidências científicas e minha experiência clínica.

O que é entorse de tornozelo?

A entorse de tornozelo é uma lesão ligamentar causada por um movimento anormal da articulação, geralmente uma torção súbita.

O pé vira para dentro (inversão) ou para fora (eversão), provocando estiramento ou ruptura dos ligamentos que estabilizam o tornozelo.

Como acontece a entorse de tornozelo grau 2?

A entorse de tornozelo grau 2 ocorre devido a:

  1. Movimento brusco de inversão (pé vira para dentro) ou eversão (pé vira para fora)
  2. Aterrissagem incorreta após salto
  3. Pisar em superfície irregular
  4. Impacto durante prática esportiva

Esta lesão provoca ruptura parcial dos ligamentos laterais do tornozelo, principalmente o ligamento talofibular anterior. Resulta em dor moderada a intensa, edema significativo, dificuldade para apoiar o pé e instabilidade articular leve.

A entorse de tornozelo grau 2 é mais comum em indivíduos com histórico prévio de entorse, atletas, praticantes de atividade física e pessoas que caminham em terrenos irregulares.

Sinais e sintomas de entorse de tornozelo tipo grau 2

Os principais sinais e sintomas da entorse de tornozelo grau 2 são:

  • Dor moderada a intensa que piora com movimento;
  • Edema (inchaço) significativo ao redor da articulação;
  • Hematoma (mancha roxa) localizado;
  • Dificuldade para apoiar o peso no pé afetado;
  • Instabilidade articular ao caminhar;
  • Diminuição da amplitude de movimento;
  • Sensibilidade ao toque na região lateral do tornozelo;
  • Sensação de calor local;
  • Rigidez articular, especialmente pela manhã;
  • Estalidos ou crepitação durante movimentos.

    Caso você tenha torcido o tornozelo e observe alguns dos sinais listados acima, busque uma avaliação de um ortopedista especializado, já que o diagnóstico precoce evita o agravamento do quadro.

    Diagnóstico de entorse do tornozelo

    O diagnóstico de entorse de tornozelo grau 2 deve ser feito por médico ortopedista.

    Primeiramente, o médico realiza um exame físico, observa o sintomas, além de perguntar como aconteceu a lesão, o histórico médico do paciente, se é a primeira vez…

    A entorse de tornozelo grau 2 pode diminuir a amplitude de movimento, além de gerar a instabilidade articular. Por isso, o médico pode apalpar toda a parte ligamentar e óssea, a fim de averiguar se há algum problema.

    Porém, a forma mais segura de diagnosticar a entorse de tornozelo é por meio de exames, a fim de identificar a presença de uma fratura óssea.

    Quais são os exames para diagnosticar a entorse de tornozelo?

    Para confirmar a entorse de tornozelo grau 2, o médico pode solicitar os seguintes exames:

    Raio X

    O raio x fornece imagens de estruturas densas, como o osso. Com isso, o médico pode solicitar o raio x para descartar fraturas no pé ou tornozelo.

    Raio x de stress

    Além do raio x normal, existe a possibilidade de o médico solicitar o raio x de stress, que permite identificar se o tornozelo está se movendo de forma normal ou não, devido a ligamentos lesionados.

    Ressonância magnética (RM)

    A RM tem o intuito é averiguar a gravidade da lesão nos ligamentos, além de capaz de identificar outros tipos de lesões, como danos na cartilagem ou osso da superfície da articulação.

    Ecografia

    Trata-se do famoso ultrassom, o qual permite com que o médico possa ver os ligamentos de forma direta, enquanto o paciente move o tornozelo, sendo possível determinar a quantidade de estabilidade que um ligamento fornece.

    Tratamento de entorse de tornozelo

    Proteção, repouso relativo, gelo, compressão e elevação são as bases para o tratamento inicial de entorse de tornozelo.

    O médico ainda pode indicar o uso de botas ou talas, em posição de dorsiflexão, ou mesmo o uso de muletas, a fim de oferecer um descanso do peso, o que diminui a dor.

    Em relação aos anti-inflamatórios, eles também fazem parte do tratamento, desde que sejam não esteroidais.

    Dependendo da gravidade de lesão e os tratamentos conservadores não tiverem sucesso, o médico pode considerar a cirurgia.

    Reabilitação de entorse de tornozelo tipo grau 2

    A mobilização precisa ser o mais rápido possível, até mesmo para prevenir problemas crônicos. Mas, de início, deve-se optar pela forma passiva e ir evoluindo, de forma gradual, para a forma ativa.

    A princípio, o treino sem carga e de forma passiva é o ideal, mas, à medida que o tempo for passando, é preciso evoluir para ativos e com carga, de acordo com aquilo que o paciente tolerar.

    O grande objetivo desses exercícios é de ganho e manutenção de amplitude de movimento, além de fortalecer os músculos, equilíbrio estático e dinâmico.

    Cirurgia de entorse de tornozelo

    No caso de instabilidade crônica e quando os demais tratamentos não estão surtindo os efeitos que se esperava, a cirurgia para entorse de tornozelo grau 2 pode ser a melhor alternativa.

    No entanto, saiba que esse tratamento é pouco frequente, mas hoje em dia as cirurgias são minimamente invasivas, trazendo menos complicações e mais conforto ao paciente.

    Por meio da artroscopia, o médico usa um pequeno instrumento cirúrgico, o qual deve ter acoplado uma mini câmera, chamada de artroscópio.

    Por meio dessa câmera, o médico consegue ver dentro da articulação do tornozelo e fazer a remoção de fragmentos soltos de ossos, cartilagem, com a máxima precisão.

    Em alguns casos, o médico pode até mesmo reconstruir o ligamento lesionado, substituindo-o por um enxerto de tecido.

    Conclusão

    A entorse de tornozelo grau 2 é uma lesão que requer diagnóstico preciso e tratamento adequado.

    Com acompanhamento profissional e reabilitação apropriada, a maioria dos pacientes apresenta recuperação satisfatória em 4 a 6 semanas.

    No entanto, é fundamental seguir todas as recomendações médicas, realizar fisioterapia e evitar retorno precoce às atividades para prevenir complicações crônicas e recidivas.

    Após a recuperação, exercícios de fortalecimento e propriocepção são essenciais para reduzir o risco de novas lesões.

    Se você suspeita de uma entorse no tornozelo e está em busca de um tratamento de ponta em Goiânia, agende uma consulta agora mesmo com a nossa equipe para uma avaliação mais cuidadosa.

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    Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).