O tornozelo é uma estrutura essencial para todo nosso corpo, haja vista que ele é o responsável por uma série de movimentos. Por consequência, ele acaba se tornando mais suscetível a lesões. Daí, surge a dúvida: pode dormir com imobilizador de tornozelo?

A verdade é que essa é uma dúvida muito comum entre as pessoas que acabaram de sofrer alguma lesão no tornozelo, como entorse, e estão tendo que fazer uso de uma bota imobilizadora. É claro que o intuito é promover a melhora o quanto antes.

No entanto, por se tratar de uma coisa nova, é normal que você tenha algumas dúvidas sobre esse assunto. E, dentre todas elas, é possível que você se pergunte se pode dormir com imobilizador de tornozelo, por exemplo.

O médico sempre indica para que o paciente faça uso constante da bota, a fim de melhorar a articulação do tornozelo. Então, será que isso quer dizer que não pode tirar nem para dormir? Dúvidas como essas são muito comuns.

Mas, por se tratar de algo que tem direta ligação com a sua saúde e qualidade de vida, é vital obter os devidos entendimentos a esse respeito. Por isso, no artigo de hoje, iremos falar se pode dormir com imobilizador de tornozelo, além de várias outras coisas. Confira!

Como é a recuperação do tornozelo?

A verdade é que o nosso corpo é muito inteligente e, às vezes, até autossuficiente. Dizemos isso porque, por meio de mecanismos próprios, ele é capaz de agir sozinho para restaurar a região que foi ferida.

Mas, durante esse processo, é importante fazer com que a região machucada não sofra uma sobrecarga, tampouco faça algum movimento que possa dificultar a reabilitação.

Então, é nesse contexto que entram as botas imobilizadoras, haja vista que elas são uma ótima aliada. Mesmo porque elas são capazes de imobilizar a articulação do tornozelo, o que ajuda na restauração e cicatrização de estruturas lesionadas, bem como:

  • Osso;
  • Cartilagem;
  • Ligamento;
  • Músculos;
  • Tendões.

Mas, em relação ao período de reabilitação, saiba que ele varia de acordo com o tipo, gravidade, localização da lesão e também o perfil do paciente, o que inclui o nível de atividade diária e a idade.

Fora isso, a depender de como será a reabilitação, o estabilizador de tornozelo pode excluir a necessidade de intervenção cirúrgica ou mesmo ajudar que o processo de recuperação seja mais rápido.

Ademais, as lesões mais comuns na região do tornozelo são artrites reumatoides e as entorses, também conhecida como torção de tornozelo.

Inclusive, a entorse pode variar de acordo a gravidade, uma vez que pode afetar diferentes estruturas da região.

Também é interessante que você saiba que, além de um problema no tornozelo, as fraturas na região do pé, dedos e na perna também podem fazer com que seja necessário usar o imobilizador, o qual pode até substituir o gesso, em algumas situações.

Qual a diferença entre a bota imobilizadora e o gesso?

O gesso oferece um nível de imobilização maior, onde a pessoa não vai conseguir sequer movimentar a articulação, em qualquer hipótese, o que não é imprescindível em toda lesão.

E isso acontece porque há casos onde não há necessidade de imobilizar todas as estruturas ósseas. A bota, por sua vez, tem um nível de imobilização menor, a qual está condicionada aos ajustes do produto do corpo da pessoa.

No entanto, a maior diferença entre as duas acontece no decorrer do tratamento, onde a bota imobilizadora permite a remoção de acordo com a necessidade ou recomendação.

E é aí que surge a pergunta: pode dormir com imobilizador de tornozelo? Na grande maioria das vezes, a remoção acontece por conta de alguns fatores específicos, sendo eles:

  • Fisioterapia;
  • Drenagem manual;
  • Massagem;
  • Mobilização articular;
  • Melhorar a transpiração local;
  • Reduzir coceira, calor etc.
  • Higiene local.

Mas será que pode dormir com imobilizador de tornozelo? Uma vez que a bota serve para oferecer melhor conforto, essa é uma pergunta bem pertinente.

Afinal de contas, a bota permite que o paciente possa caminhar, desde que o apoio sobre o pé que foi lesionado já tenha sido autorizado.

Pode dormir com imobilizador de tornozelo?

Pode dormir com imobilizador de tornozelo

Na verdade, essa é uma questão um tanto quanto complicada de se falar. A verdade é que apenas o seu médico pode lhe responder com maior precisão se pode dormir com imobilizador de tornozelo.

Mesmo porque esse é um assunto um tanto pessoal para o paciente. E isso acontece porque cada um tem experiência diferentes.

O que podemos dizer é que não há nenhum problema em dormir com o imobilizador de tornozelo, uma vez que o intuito desse item é justamente oferecer melhoras.

No entanto, o grande cuidado que você deve ter ao dormir com o imobilizador é sempre fazer a desinfecção, até para que não prejudique a sua saúde.

Fora isso, tenha cuidado para que o imobilizador não fique tão apertado, ao ponto de lhe causar dor. Lembre-se que você deve se sentir confortável ao usá-lo, em especial para dormir.

Se for necessário, mantenha um pouco mais frouxo do que costuma usar no dia a dia, mas coisa pouca. E isso serve apenas para não dificultar a circulação sanguínea.

Alguns cuidados para melhorar o conforto durante o uso da bota

Já falamos que você pode dormir com imobilizador de tornozelo, desde que tenha alguns cuidados. No entanto, há outras questões das quais é preciso entender sobre esse assunto.

É claro que o intuito do imobilizador é oferecer uma melhora, mas é necessário ter alguns cuidados, até mesmo para que você se sinta mais confortável.

Então, dentre alguns dos cuidados que você precisa ter, a fim de melhorar o conforto durante o uso da bota, são os seguintes:

Prevenção de dores no quadril e lombar

A verdade é que a má postura ao caminhar pode fazer com que o seu tornozelo sinta muita sobrecarga e tensão na articulação.

Tensões e encurtamento muscular muitas das vezes resultam em bastante dor e desconforto. Tanto a coluna lombar quanto as regiões do quadril são as que mais sentem esses fatores.

E isso acontece porque esses são os locais que costumam ter maior concentração de tensões, por exemplo.

Além disso, também é nessa região que a grande maioria das pessoas tenta compensar as alterações posturais dos membros inferiores.

Mas, a fim de diminuir esse efeito, o ideal é optar por botas que tenham um solado mais ergonômico ou que possua uma altura compatível com os calçados dos quais você costuma usar.

Prevenção de inchaços e dores

É normal que a circulação sanguínea e linfática diminua na região da perna, tornozelo e pé. E isso se dá em função da restrição de movimento necessário pelo uso da bota.

Em casos como esses, é comum aparecer edema ou inchaço, o que também pode gerar em dores ou desconforto na região.

Mas, para poder diminuir esse efeito, o ideal é procurar manter o pé sempre elevado enquanto estiver de repouso, uma vez que isso vai facilitar o retorno sanguíneo e linfático. Ou seja, diminui o edema.

No entanto, uma outra boa opção é usar compressas frias, por meio de bolsas térmicas. Mas, nesse último caso, procure buscar uma indicação dica, até mesmo para saber como e quando retirar a bota para aplicar o frio.

Qual modelo de imobilizador escolher?

Quanto a isso, saiba que há uma série de modelos de botas, as quais se diferenciam em especial quanto à altura das hastes de fixação.

Entretanto, na grande maioria das vezes a escolha leva em consideração uma série de características da lesão. Então por padrão, o que acontece é o seguinte:

Bota longa

É a mais adequada para fraturas mais complexas ou que sejam um pouco mais distantes do tornozelo, como na região na perna.

No entanto, também pode servir muito bem para o período pós-operatório de lesões, como ruptura de tendão e ligamento.

E isso acontece porque as forças que são impostas à articulação devem ser anuladas, a fim de que a cicatrização aconteça da forma mais adequada.

Bota curta

A bota curta é uma opção mais indicada para quando o problema que se quer tratar são as entorses de grau leve ou moderado.No entanto, também pode ser excelente para fraturas estáveis e menos complexas, em especial as fraturas de dedos ou metatarsos, isto é, ossos que estão entre o tornozelo e os dedos do pé.

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Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).