Ao andar descalço pela sua casa, é normal que você possa bater o seu pé em alguma quina ou móvel da sua sala, por exemplo. Mas você sabia que esse simples acontecimento pode ocasionar em uma fratura dedo do pé?

É claro que também há outras razões para que aconteça a fratura dedo do pé, mas o que estamos querendo dizer é que esse problema pode surgir por conta de atividades simples do dia a dia. Então, é preciso ficar atento a esse ponto.

Mas, dentro desse contexto, é importante que você saiba quais são os sinais e sintomas mais comuns desse problema, até mesmo para saber a hora de ir ao médico.

Muitas pessoas tendem a achar que a fratura dedo do pé só acontece quando não se consegue mais andar, por exemplo, mas não é bem assim.

E isso acontece porque há diferentes tipos de fraturas, as quais podem ser desde as mais graves até as mais simples. Ou seja, pode acontecer de você ter o dedo quebrado, mas ainda assim conseguir andar.

O grande problema disso, além da dor, está no fato de que ao não buscar o tratamento adequado, o problema pode piorar, fazendo necessário uma intervenção cirúrgica.

Muitas pessoas não sabem, mas quase um quarto de todos os ossos do corpo estão nos pés, o que acaba por gerar mais apoio e movimento.

Ademais, a fratura dedo do pé tende a ser muito dolorosa, mas rara são as vezes em que isso incapacita o indivíduo. No artigo de hoje, iremos falar sobre todos os detalhes desse assunto. Confira.

O que é fratura dedo do pé?

Fratura dedo do pé

Em suma, os dedos dos pés são formados por ossos, os quais são denominados como:

No entanto, é apenas o hálux (dedão) cuja formação é apenas pelas falanges distal e proximal.

Em relação às fraturas e traumas, saiba que elas podem acontecer em um ou mais dedos dos pés ao mesmo tempo, sem afetar os metatarsos.

Os metatarsos nada mais são do que os ossos que formam a parte anterior aos dedos dos pés. Ademais, essas lesões podem ou não virem acompanhadas de ferimentos.

Fora isso, não é sempre que elas causam deformidade, e é por isso que é essencial se manter atento aos sintomas e sinais.

Os traumas também podem acontecer em forma de entorse, contusão, subluxação e luxação. No entanto, a fratura mais comum é a de falange proximal.

Mas, em relação a mais grave, é a do hálux, haja vista que pode impedir com que o paciente possa caminhar.

No entanto, quando o trauma ou fratura não causa o desvio articular, elas são consideradas estáveis. Em contrapartida, a instabilidade ocorre quando há o deslocamento dos ossos que formam a articulação.

Quais são os tipos de fraturas dedo do pé?

Uma outra coisa que você deve entender sobre fratura dedo do pé é que elas podem variar de acordo com cada tipo, uma vez que elas não são todas iguais.

Na verdade, a fratura pode ser incompleta ou por estresse, mas também podem ser estáveis. Iremos falar mais sobre elas a seguir.

Fratura incompleta ou por estresse

Quando é por estresse, na grande maioria das vezes acontece nos ossos do antepé, o qual se estende desde os dedos dos pés para o meio do seu pé, o metatarso.

No entanto, as fraturas por estresse são como pequenas rachaduras na superfície do osso, as quais podem acontecer com aumentos repentinos nos treinos e atividades de impacto, ou seja:

  • Correr ou caminhar para distâncias ou tempos mais longos;
  • Técnicas de treinamento inadequado;
  • Mudança na superfície de formação.

Agora, em relação a maioria dos outros tipos de fraturas, elas se estendem através do osso e são traumáticas, como bater o dedo em alguma superfície rígida.

Outro caso comum de fratura é tropeçar sobre algum objeto, como uma mesa, ou até cair algo direto no dedo.

Fraturas estáveis

A fratura dedo do pé também pode ser estável que, nesse caso, nada mais quer dizer que não há mudança no alinhamento ósseo.

Além disso, também não há deslocamento com as extremidades ósseas. Esse tipo de fratura tende a ser o resultado de algum trauma.

Ou seja, deixar cair algum objeto pesado no pé ou mesmo por conta de alguma lesão em torção, por exemplo.

Mas, caso o osso que foi fraturado não romper a pele, chama-se de “fratura fechada”.

Quais são as causas da fratura dedo do pé?

Fratura dedo do pé

A fratura e traumas nos dedos dos pés podem acontecer por conta de algum trauma direto, que é o mais comum.

Ou seja, quando cai algum objeto pesado sobre o dedo, choque do dedo contra algum objeto, topar contra a cama, sofá, mesa etc.

No entanto, isso também pode acontecer por conta de algum estresse em decorrência do esforço repetitivo ou pelo uso em excesso.

Nesse tipo de trauma, os atletas estão mais suscetíveis, em especial aqueles que praticam esportes de alto impacto, como corrida de longa duração e distância.

Qual é o grupo de risco?

Tanto homens e mulheres podem sofrer alguma fratura dedo do pé, mas a verdade é que a incidência maior é no público do sexo masculino.

Ademais, os atletas e praticantes de esportes de alto impacto acabam correndo maior risco por conta do uso em excesso e pelo esforço repetitivo.

Quais são os sintomas da fratura dedo do pé?

O sintoma mais característico com certeza é a dor no dedo do pé, mas o dedo também pode ficar arroxeado e apresentar inchaço.

Também há casos em que o paciente apresenta um hematoma subungueal, que nada mais é que o sangramento abaixo da unha.

Por consequência do trauma, na grande maioria das vezes o paciente tem dificuldade para caminhar e calçar sapatos fechados. E, às vezes, ocorre a deformidade no dedo.

Como é determinado o diagnóstico da fratura dedo do pé?

O diagnóstico deve ser feito com base na história clínica do paciente. Ou seja, é preciso informar ao médico como e quando aconteceu o trauma.

O médico ainda deve perguntar quais são os sintomas que você sente e questionar se você pratica algum esporte de alto impacto.

Também é importante saber se o paciente apresenta lesões prévias ou outras doenças que podem levar a ter dor no pé, como é o caso da fascite plantar.

Em relação ao exame físico, o médico deve averiguar a região em que o paciente se queixa da dor e comparar com o outro pé que está normal.

Isso é importante para avaliar se há possibilidade de ter ocorrido alguma lesão no osso, tendões e nervos, por exemplo.

Também é essencial que o médico fique atento em relação à chance de outras lesões, como entorse de tornozelo.

Mas, para se obter um diagnóstico mais preciso, o médico precisa fazer a solicitação de um exame de raio-x.

Depois do diagnóstico, qual o tratamento mais indicado?

Na maioria das vezes, o tratamento de fraturas é com base no uso de analgésico e anti-inflamatórios, até para melhorar o quadro de dor do paciente.

Aplicar compressa de gelo sobre o local também é ótimo. Mas, nos primeiros dias depois da lesão, indica-se repouso com o pé em elevação.

Se porventura se tratar de uma fratura no hálux, é preciso imobilizar o pé todo por cerca de 2 a 3 semanas, com um calçado de solado rígido.

Dessa forma, evita o apoio sobre a região. Agora, no caso de fratura estável, o ideal é fazer a imobilização por esparadrapagem, onde o dedo fica imobilizado junto com o dedo ao lado.

Casos onde há luxação e fratura instável, o médico pode fazer um procedimento de redução incruenta com anestesia, por meio de tração para alinhamento ósseo. Além disso, há chances de ser necessário a fixação com fios de e parafusos.

E, no geral, o tempo de recuperação varia de 6 a 8 semanas, mas isso pode variar bastante de acordo com o local e a extensão da lesão. Só se cogita a cirurgia quando o objetivo é promover o alinhamento ósseo, o que torna possível o retorno precoce da mobilidade.

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Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Especialização em Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Universidade Federal de Goiás. Estágio em Pé e Tornozelo – Massachussets General Hospital Harvad University (2017).